Apesar de não se conhecer ainda a cura para a Esclerose Múltipla, a reabilitação neurológica não deve ser negligenciada, pois é possível retardar os sintomas e melhorar a condição física e emocional dos doentes.

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crónica e progressiva, de causa desconhecida, geralmente diagnosticada na terceira década de vida e que leva ao aparecimento de diversos sintomas e sinais neurológicos que afetam a qualidade de vida. A fadiga, os défices de equilíbrio, as alterações na marcha e a diminuição da independência funcional para realização de atividades de vida diária, da amplitude de movimentos e da força muscular são as principais queixas dos doentes com EM.

Embora a reabilitação não elimine a condição neurológica, o tratamento atenua o impacto dos sintomas, promovendo a funcionalidade. A terapia deve ser continuamente ajustada aos défices do paciente, e deve combinar várias técnicas para que seja efetiva.

Independentemente do tipo clínico, os pacientes com Esclerose Múltipla são geralmente encaminhados para reabilitação neurológica quando a doença já provocou danos irreversíveis no Sistema Nervoso, momento em que já é observável a perda de capacidades para realização de atividades funcionais.

É crucial uma intervenção e tratamento atempados para travar o avanço dos sintomas e melhorar a qualidade de vida evitando a progressão da doença. Assim, um programa de fisioterapia deve incluir:

1 – Treino de Equilíbrio e Marcha

O défice de equilíbrio é um dos sintomas mais comuns na Esclerose Múltipla, podendo levar a quedas ou mesmo a incapacidades ao nível da marcha. Quando submetidos a treino de equilíbrio, os pacientes melhoram qualitativamente, sendo visíveis progressos nas atividades funcionais, como andar. As técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva e os exercícios de Frenkel são eficazes no tratamento dos pacientes com EM, atingindo-se melhores resultados quanto maior o tempo de intervenção.

2 – Flexibilidade Articular e Diminuição da Espasticidade

Os exercícios de alongamento permitem a manutenção da mobilidade articular adequada e a diminuição da espasticidade. Estes tipos de exercícios são também importantes antes dos exercícios de fortalecimento.

3 – Força Muscular

As técnicas de facilitação neuromuscular propriocetiva revelam-se de grande valor para o aumento da força muscular. Este tipo de técnicas, com exercícios variados e elaborados, contribui para a estimulação dos músculos.

Programas de Fisioterapia para Esclerose Múltipla

A intervenção em fisioterapia deve ser mantida a longo prazo, revelando os estudos melhorias significativas na função geral em doentes que beneficiam de uma média de oito horas por mês, durante 18 meses consecutivos, em comparação com doentes que recebem menos fisioterapia.

Adicionalmente às sequelas físicas, os doentes com Esclerose Múltipla experimentam limitações sociais e incapacidades ocupacionais, que associadas à supressão de atividades de lazer conduzem a alterações emocionais e consequentemente a um declínio dos padrões de vida. A melhor forma de evitar este progresso reside na prática de exercícios físicos regulares, fornecendo inúmeros benefícios para os pacientes com EM: melhoria do condicionamento físico com aumento da atividade e da funcionalidade, o que consequentemente melhora a qualidade de vida.

Os programas de fisioterapia que utilizam alongamento muscular e exercícios ativos livres aplicados de forma intensiva contribuem para uma diminuição da deterioração funcional. Os estudos reforçam por isso a importância da reabilitação neurológica para a obtenção de resultados satisfatórios. Paralelamente, o uso inadequado dos músculos conduz à chamada “fraqueza do desuso”, podendo mesmo levar à atrofia muscular e fadiga extrema.

Um programa de fisioterapia para EM deve incluir exercícios ativos com vista ao aumento da força e da resistência, técnicas de facilitação neuromuscular propriocetiva e treino de marcha, visando um aumento da velocidade e diminuição do desequilíbrio.

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