É natural ver pessoas a dar abraços: pais a filhos, avós a netos, entre amigos, entre irmãos. Mas será que já pensamos na verdadeira razão pela qual se dão abraços, na importância que os abraços têm e o que eles representam?
As crianças precisam de muita estimulação sensorial para se desenvolverem de forma saudável. O contacto com a pele e o toque físico que o abraço oferece é uma das mais importantes formas de estimulação que promove o crescimento de um cérebro saudável e um corpo forte.
O toque não é apenas agradável, mas extremamente necessário para o nosso bem-estar físico e emocional. No campo da psicologia, vários autores, demonstraram a importância do contacto e dos laços afetivos e emocionais na vida do ser humano no seu desenvolvimento, principalmente na relação mãe – filho.
Os abraços, estabelecidos logo desde o nascimento, devem permanecer ao longo da vida. Durante o abraço, a hormona do stress (cortisol) desaparece no organismo, o que liberta substâncias para proporcionar conforto e alegria. Tensões, insónia, sensação de solidão e de medo podem ser amenizados com a troca de calor entre duas ou mais pessoas. No entanto, os abraços não devem ser deixados apenas para estas situações. Devem ser também usados para criar laços entre a criança e o adulto.
Mas porque é que nem todas as pessoas gostam de abraços?
O desenvolvimento infantil consiste numa série de processos evolutivos de aprendizagem, que aumentam em complexidade, para a aquisição das capacidades motoras, cognitivas, socias e emocionais. Para que isto aconteça, é necessário estimular e promover o desenvolvimento a todos os níveis de forma a que a criança possa atingir o máximo das suas potencialidades fundamentais.
As relações afetivas e a afetividade exercem uma importante influência na formação da estrutura sócio emocional do indivíduo, constituindo-se como um mediador fundamental para a aprendizagem. Possibilitam ainda o desenvolvimento das relações interpessoais, fortalecendo os laços de amizade e permitindo desenvolver o respeito, a solidariedade, a generosidade e a confiança que serão decisivos para a formação da personalidade e terão uma importante influência nas relações sociais ao longo da vida. Assim, os abraços devem existir com frequência ao longo da vida da criança porque o abraço é parte importante do crescimento emocional da criança.
Crescer num ambiente afetuoso ou num ambiente sem contacto físico tem, desta forma, repercussões psicológicas no futuro de cada um de nós, consideram os especialistas.
“A nossa tendência para interagir fisicamente – seja abraços, uma palmada nas costas ou simplesmente dar o braço a alguém – é o resultado das nossas experiências durante a infância”, explica à revista norte-americana TIME Suzanne Degges-White, professora da Universidade de Illinois.
Para além disso, existem também questões fisiológicas e sensoriais que levam a dificuldades acrescidas de contacto físico. Os limites de cada um devem ser sempre respeitados de modo a não interferirmos no espaço do outro.
5 Motivos para Abraçar as Crianças:
“Um abraço faz-te sentir bem o dia todo.”
Kathleen Keating